1ª Feira Cultural Indígena Wassú Cocal convida população para tradição e sustentabilidade em Joaquim Gomes

Comércio, apresentações culturais e turismo sustentável garantem diversidade do evento

Em meio à histórica luta por demarcação, subsistência e preservação de seu território, o povo da etnia Wassú Cocal realiza a 1ª Feira Cultural Indígena Wassú Cocal – celebrando a Ancestralidade, Cultura e Sustentabilidade.  O evento acontece no dia 16 de agosto, das 7h às 17h, na aldeia, e contará com uma programação diversa, incluindo a comercialização de alimentos, artesanato, além de apresentações culturais e turismo ecológico.

Esta primeira edição da Feira Indígena tem sido realizada pela Associação Indígena Wassu Cocal, em parceria com o Instituto de Preservação dos Direitos Humanos e Preservação Ambiental Vale do Sol e com o Programa Professor Mentor, da Secretaria de Estado da Educação (Seduc).

Representando o Instituto Vale do Sol, Diana Aleixo conta que recebeu o convite para realização da atividade por uma professora do projeto Professor Mentor, que funciona na Escola Indígena, a partir da percepção de estudantes sobre a importância da sustentabilidade – inclusive econômica – que garanta a permanência da comunidade no local.

“Os alunos perceberam que um dos grandes desafios da comunidade era poder pensar a sustentabilidade para aquela comunidade que decidiu realmente morar na aldeia e de como é importante que esses produtos deem a sustentabilidade porque é uma necessidade da comunidade se manter num sistema produtivo e que tenha um escoamento da produção, uma comercialização dessa produção”, conta.

A partir desse chamado, o Instituto topou a participação. “A gente tem uma clareza social dessa função com a agricultura, principalmente dos povos originários, da valorização da pessoa do agricultor, de fortalecimento dessa identidade de produção, que às vezes não está numa cadeia economicamente e financeiramente reconhecida, mas é fundamental para a sobrevivência das pessoas”, diz. “Está dentro dos objetivos do Instituto, que tem por missão a preservação dos direitos humanos e do meio-ambiente, entendendo que a terra é um elemento sagrado e é ela que alimenta a humanidade no combate ao uso dessa produção de alimentos com o agrotóxico, com os venenos”.

Embora a primeira edição da feira seja em Joaquim Gomes – num esforço de reconhecimento  dos produtos da própria comunidade e aproximação com seu entorno – o convite para participar da feira tem se estendido por todo o estado, tanto é que mesmo em Maceió já há grupos se organizando para garantir presença.

“E aí vem o Guerrilha Poética, vem também Poesia Musicada no Pandeiro. Então, a gente vai ter umas intervenções culturais, alagoanos que estão na capital, mas que têm essa origem também da cultura camponesa, da cultura ancestral, da cultura de respeito de matrizes africanas, mas que vai estar vivenciando esse momento. Vai ter trilha, vai ter banho, vai ter uma infinidade de atividades, mas principalmente para valorizar o trabalho da agricultura familiar, para manter a comunidade de Wassú Cocal”.

As inscrições acontecem até o dia 13 de agosto, nas escolas indígenas em Joaquim Gomes.

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