Lutando por melhores condições e paralisados desde abril, servidores, docentes, técnicos e estudantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) – além de sindicatos das categorias – realizam, na manhã desta terça-feira (21), um ato público, na entrada do Campus AC Simões. O objetivo é pressionar o Governo Federal a fechar um acordo com categorias da educação federal em greve em mais 40 instituições de ensino. A mobilização começa a partir das 08h30.
O ato acompanha a ação nacional, que acontece em Brasília e é organizada pelo Comando Nacional de Greve – os manifestantes participam da agenda de lutas nos dias 21 e 22. O intuito é manter a pressão durante a Mesa Nacional de Negociação dos planos de carreira dos TAE. “Entidades da educação seguem na luta para manter a defesa da reestruturação de nossa carreira”, afirmam dirigentes sindicais.
No final do mês passado, a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil se posicionou sobre o assunto.
“A proposta do governo de recomposição salarial, com índice de 12,8%, sem nenhum valor de reajuste proposto para 2024, representa o menor já oferecido a uma carreira dentre as categorias que tiveram mesa específica aberta até o momento, o que implica não só na manutenção das desigualdades salariais e sociais dentro do Serviço Público Federal, mas no agravamento delas, sendo o oposto do declarado como compromisso pelo governo”, explica documento.
VEJA NA ÍNTEGRA.
Para o Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Alagoas (Sintufal), é preciso intensificar a mobilização para continuar defendendo os direitos dos trabalhadores.
“Diante dessa situação no processo de negociação com o governo federal, lideranças do setor da educação federal buscam uma mobilização, cada vez maior, para a greve em curso. No caso da Ufal, os técnicos que são base do Sintufal, iniciaram paralisação em 20 de março e seguem na luta por direitos e conquistas”, diz o Sintufal em texto publicado em seu site.
Já a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal) fez uma análise do contexto, reforçando a necessidade de valorização da educação para combate ao extremismo e à opressão.
“O cenário político é difícil e exige um processo de organização das forças da classe trabalhadora e das forças democráticas da sociedade, para a afirmação da democracia e de valores de convivência solidária e respeitosa. É necessário combater com veemência o crescimento do nazifascismo e do neoliberalismo que se expressam na retirada de direitos trabalhistas, no racismo, na misoginia, na LGBTfobia, na intolerância e racismo religioso, e numa intensa campanha negacionista da ciência e da educação, e na propagação de ódios e mentiras. A Universidade e a Educação em geral encontram-se no epicentro dessa disputa por valores”, afirma a Adufal em nota divulgada.
LEIA A NOTA COMPLETA.
E finaliza pontuando que é essencial que o movimento permaneça unido e que a proposta do Governo Federal assegure garantias.
“Precisamos avaliar a proposta governamental, considerando as dificuldades existentes e impostas pelas disputas políticas e colaborar com a construção de uma nova rodada de negociações. Entendemos ser importante garantir um acordo até 2026, assegurado em lei, e que o movimento deva se manter unificado para que possa avançar até o limite possível, evitando abrir espaço ao sectarismo de algumas correntes sindicais que defendem a greve pela greve ou para aqueles agrupamentos que visam o encerramento deste movimento desconsiderando a autonomia histórica da categoria docente conquistada no decorrer das últimas décadas”.
PROPOSTA DO GOVERNO FEDERAL
– Reajuste de 9% para janeiro de 2025 e 3,5% para maio de 2026 – manutenção da ausência de reajuste para 2024;
– Achatamento dos níveis da tabela, reduzindo de 13 para 10, com step de 6% no nível inicial;
– Os padrões C (Adjunto) 2 a 4 e D (Associado) 2 a 4 passariam de 4% para 4,5%, em 2025, e para 5% em 2026;
– O padrão C1 passa de 5,5% para 6%;
– O padrão D1 passaria de 25% para 23,5% em 2025, e para 22,5% em 2026;
– Os docentes do EBTT ficariam dispensados do controle eletrônico de frequência, conforme norma prevista pelo Decreto 1590/1995;
– Debate sobre a revogação da Portaria 983/2020 passaria para diálogo entre o sindicato e o Ministério da Educação (MEC), nas Mesas Setoriais já existentes com a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) e com a Secretaria de Educação Superior (Sesu).
CONFIRA A PROPOSTA NA ÍNTEGRA.