Canjerê: Festival Cultural do Posubétá reúne arte e conhecimento afro-brasileiro por seis sextas seguidas

"Em Yorubá, Canjerê significa ritual sagrado. É rito de passagem. É aquilombamento. É o dia seguinte de cada um"
Mãe Mirian do Ilê Nifé Omi Omó Posú Betá durante abertura do Canjerê do Posú Betá Foto: Reprodução

A arte, a cultura, o conhecimento ancestral, que estruturam o cotidiano resiliente dos templos de matriz africana, estarão presentes no palco por seis sextas-feiras seguidas: é a segunda edição do Circuito Cultural Afro-Brasileiro Canjerê, do Posubétá. O encontro cultural que já estreou nesta sexta-feira, 16 – e terá mais cinco pela frente – acontece no Ilê Nifé Omi Omó Posú Betá, a Casa da Mãe Mirian, localizada na Rua Campos Teixeira, no bairro do Poço. Todo o evento é gratuito.

O festival conta com uma programação diversa, que envolve oficinas, palestras, filmes, e apresentações musicais. O Canjerê é resultado de um intenso trabalho coletivo direcionado às próprias comunidades. De acordo com a organização do evento, o objetivo é “reforçar o protagonismo das comunidades tradicionais e periféricas de Alagoas na produção de conhecimento. O foco é a valorização das ancestralidades e das expressões culturais negras em Alagoas. Mais do que um evento, o Canjerê é um convite ao reencontro com as raízes, os saberes e as estéticas negras que moldam a cultura alagoana”.

O dia seguinte de cada um

“Em Yorubá, Canjerê significa ritual sagrado. É rito de passagem. É aquilombamento. É o dia seguinte de cada um”. O texto do Posubétá demonstra a natureza do convite. Ainda de acordo com os organizadores, “nascido a partir de uma prosa sagrada com Iyábinan e Soso no Olho d’Água de Nanã”, o Canjerê honra a tradição ancestral dos mais velhos, de troca de saberes, escuta e cuidado.

Já na abertura, o evento contou com as presenças da sacerdotisa Mãe Mirian, com o sacerdote do Ilé Asé Legionirê Manoel do Xoroquê, além da vice-reitora da UFAL, Eliana Cavalcanti, do desembargador Tutmés Airan, da integrante do NEABI, Rosa Correia, e do jornalista Railton Teixeira.

Após os espaços de fala, foi exibido o filme Africanto dos Tincoãs, dirigido e montado por Aprigio Vilanova. Finalmente, o evento teve seu encerramento do dia com o show de abertura de Mateus Aleluia Filho.

Para quem não pôde participar, entretanto, a Casa de Mãe Mirian segue com convite aberto: a programação acontece nos dias seguintes: 23 e 30 de maio, 06, 13 e 27 de junho.  No dia 23, haverá a palestra “Terreiros: Saberes e Memórias”, com Railton Teixeira, além da oficina “Saberes e Sabores”, do Posú Bétá, com Adeilson Alexandre.  No dia 30, Marco Aleluia fará a palestra sobre a História da Capoeira nas Nações do Candomblé, e haverá uma oficina de percussão – Canjerê Posú Bétá, com Ogãs do Posú Betá,

No dia 6 de junho, é a vez de trocar mais ideias sobre Educação Antirracista, com o professor Lucimar Santos, e na sequência terá o filme Cartas à Tia Marcelina, de João Igor Macena. Sexta-feira, 13 de junho, Mônica Carvalho realiza a palestra sobre Políticas Públicas para Mulheres de Terreiro e, na sequência haverá uma oficina de encadernação, com Anne Marques.

No dia 30, a palestra é sobre o Samba enquanto Estratégia para a promoção da Educação, com Mayrton Ribeiro. Logo depois, haverá a oficina Samba de Terreiro com as Sambadeiras do Posú Betá, e, para o encerramento, o show com Mateus Aleluia Filho.

Confira a programação completa:

https://www.instagram.com/posubeta?igsh=dGt2dGtpZ3B2ZHIz

 

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