Caso Jonas: juiz finaliza interrogatório e deve decidir em breve sobre júri popular

Após alegações finais, Justiça decidirá se policiais militares serão pronunciados

Com mais de seis horas de duração, foi finalizada a terceira audiência de instrução sobre o desaparecimento de Jonas Seixas, tornando mais próximo o momento em que o juiz deverá decidir se os cinco policiais militares irão, finalmente, a júri popular, após terem sido indiciados por tortura, sequestro, homicídio e ocultação de cadáver.

De acordo com informações do advogado do Cedeca, Arthur Lira, que atua como assistente de acusação no caso, já foram ouvidas todas as testemunhas de acusação, de defesa, além dos cinco réus. “A defesa solicitou uma juntada de documentos. Na sequência, o juiz vai abrir um prazo para as alegações finais de defesa e acusação e então deverá decidir se pronunciará o réu. Ou seja, se eles irão a júri popular ou não”, explicou Arthur Lira. A primeira audiência ocorreu em agosto do ano passado.

Lira afirma que a tendência é de que a decisão seja pelo pronunciamento. “O juiz vai averiguar se há indícios suficientes de autoria e materialidade. A defesa pode apresentar nas alegações finais no sentido da não pronúncia, mas a tendência é que haja sim o júri popular. Até em processos com dúvida de materialidade, o júri tende a ser colocado”, explica.

A expectativa é de que a decisão ocorra em cerca de dois meses, trazendo alguma resolutividade ao caso, ao menos no que diz respeito à mobilização da família de Jonas contra a impunidade. No entanto, uma outra situação permanecerá sem desfecho: onde está o Jonas. Segundo informações de Lira, não houve qualquer menção ao longo das falas sobre o paradeiro da vítima. A alegação dos réus é de que deixaram Jonas em Jacarecica.

Jonas Seixas desapareceu após ter sido abordado por policiais militares próximo a sua casa, no bairro do Jacintinho, na tarde do dia 9 de outubro de 2020. No momento em que a vítima foi colocada dentro da viatura, diante de familiares e diversas outras testemunhas, policiais disseram que o destino seria a Central de Flagrantes, no Prado. Familiares seguiram com mototaxi até a delegacia em questão, mas Jonas nunca chegou ao local.

 

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