Por entre as rachaduras que desenham o mapa da destruição que cometeu em Maceió, a Braskem construiu um castelo de mentiras e produziu estratégias de desinformação, das mais sofisticadas às mais vulgares. Cooptou, patrocinou e penetrou em meios culturais. Multiplicou ainda mais as confusões mentais e sociais, não bastasse o sofrimento causado pela mineração que produziu.
Entretanto, a situação saiu de seu domínio, o que não teria ocorrido não fossem as diversas produções de resistência elaboradas para confrontar a narrativa até então hegemônica da mineradora.
Produções acadêmicas, projetos permanentes, livros, poesias, cordel, programas humorísticos, podcasts, filmes, fotografias e intervenções visuais. Esses são alguns dos exemplos de toda uma leva de produções intelectuais e culturais inclusas em nosso catálogo.
A listagem foi levantada pelo Instituto Ideal. As descrições e diagramação foram produzidas pela Mídia Caeté, dentro do projeto Redação Nordeste, uma iniciativa de cobertura sobre o Caso Braskem que conta também com os veículos Marco Zero Conteúdo e Olhos Jornalismo.
Ao produzir o levantamento, a coordenadora do Ideal, Isadora Padilha ressalta a produção audiovisual – registrando mais de 20 filmes – e destaca cineasta argentino Carlos Pronzato, “A Braskem passou por aqui”, considerada a obra responsável por furar a bolha de divulgações que até então era quase inexistente”.
Mas as criações dos fazedores locais permearam ainda inúmeros outros segmentos, notabilizando-se o meio musical, com mais de 15 músicas de artistas locais de gêneros diversos, predominando de forma absoluta as criações dos artistas do hip hop. Contabiliza-se ainda uma dezena de projetos e intervenções visuais, meia dúzia de espetáculos cênicos (alguns ainda em desenvolvimento), cerca de dez obras escritas e alguns poucos programas humorísticos. Em tempo, não se pode desprezar iniciativas de caráter mais esparso: poesias elaboradas no particular de indivíduos, clipes das músicas criadas, vídeos amadores, ações em/de escolas, textos em prosa, reportagens, desenhos e charges, artigos científicos, monografias, junto a outras criações ainda não conhecidas, locais ou não”, acrescentou.
Certamente, há diversas outras produções que esperamos registrar em futuras edições desse catálogo. Aliás, convidamos vocês que conhecem ou tenham produzido a nos enviar mais sugestões.
Desejamos, por fim, que tais produções inspirem, façam refletir e, acima de tudo, incentivem a mobilização. Seja qual for o segmento artístico, cultural, ativista ou acadêmico: vale tudo, menos o silêncio.
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