Cinco filmes para ver ainda em 2019

2019 está acabando, mas ainda dá tempo de ver alguns dos melhores filmes do ano. Confira esta breve lista de produções que recomendamos.

O cinema contribui diretamente para a nossa formação cultural e social. Por isso, nunca é demais enaltecê-lo e recordar toda a sua importância. Abaixo, escolhemos cinco filmes de 2019 que recomendamos. Dá só uma olhada!


O BRANCO DA RAIZ

Nada melhor do que começar a lista com um filme alagoano. O Branco da Raiz conta com maestria a realidade das casas de farinha do interior de Alagoas, mais especificamente no povoado de Limoeiro de Anadia.

Todo filmado em preto e branco, a produção é marcada por uma fotografia incrível – sob a batuta da diretora de fotografia, Rita Moura – que valoriza o branco característico da farinha e da mandioca. A direção do documentário é de Anderson Barbosa, que explorou muito bem toda atmosfera que envolve aquele universo, cada vez mais ameaçado pela mecanização.

O Branco da Raiz faturou diversos prêmios em mostras de renome, como no Festival de Cinema Brasileiro de Penedo (onde conquistou o prêmio do Júri Popular e a menção honrosa do Júri Oficial) e na Mostra Sururu de Cinema Alagoano (onde levou como Melhor Direção de Fotografia).

Vale ainda mencionar que o filme foi selecionado para exibição em festivais internacionais no México, na Itália e na Romênia.

A VIDA INVISÍVEL

Um filme extremamente necessário. Não existe melhor maneira de começar uma análise de A Vida Invisível, do cearence Karin Aïnouz e pré-candidato brasileiro ao Oscar.

A obra trata muito bem de um tema polêmico e bastante recorrente na sociedade há tempos: o machismo estrutural e os seus malefícios. A história contada é sobre duas irmãs – Guida e Eurídice – que acabam se separando em dado momento do enredo.

Baseado no livro A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, escrito pela autora Martha Batalha, o filme se faz ainda mais importante por abordar uma temática, infelizmente, cada vez mais presente, mesmo no Século XXI.

BACURAU

Tido por muitos como melhor filme do ano (nacional e internacionalmente falando), Bacurau é mais uma obra contundente e marcante dos sempre competentes Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Kleber e Juliano são naturais de Recife e já cravam os seus nomes no cinema nacional.

Poderíamos definir Bacurau como uma ode à resistência de um povo ou até uma analogia crua e áspera da opressão e do preconceito cultural. O elenco conta com nomes de peso, como Sônia Braga e Silvero Pereira, além da jovem atriz alagoana Eduarda Samara.

Com um ritmo frenético e referências à realidade brasileira espalhadas por todos os lados, a produção choca e desperta um olhar crítico necessário sobre o fenômeno político e social vivido pelo Brasil.

ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD

Quentin Tarantino possui um estilo próprio e sabe muito bem usar a violência de uma forma única para alavancar o roteiro e ditar a toada do filme. Isso não é novidade para ninguém.

Porém, em Era Uma Vez em Hollywood, o cineasta adotou um estilo menos intenso e mais contemplativo, trabalhando os elementos do enredo mais lentamente e focando na construção dos personagens de uma forma mais ponderada.

Mais uma escolha precisa de Tarantino, que usou a famigerada e trágica história de Sharon Tate como plano de fundo para abordar e homenagear todo o contexto – e a decadência – do cinema hollywoodiano dos anos 1960.

Não esqueçamos de mencionar as atuações acima da média de Leonardo Di Caprio, Brad Pitt e Margot Robbie.

PARASITA

Esta seleção não poderia ser finalizada de  outro jeito. Parasita é sem dúvida um dos melhores filmes do ano e um fortíssimo candidato a levar o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar, tendo como concorrente o também excelente Dor e Glória, de Pedro Almodóvar.

Se pudéssemos escolher um termo para definir a produção, optaríamos por “surpreendente”. A história gira em torno de uma família que vive na periferia de Seoul e tem que conviver com todas as dificuldades financeiras e elaborar as ideias mais mirabolantes para sobreviver.

A partir desse cerne, o filme começa a tomar um rumo totalmente inesperado e traz à tona uma discussão fundamental nos dias atuais, sempre utilizando o surreal como mais poderoso gatilho de roteiro.

Parasita representa e mantém com êxito a tradição do cinema sul-coreano, que possui produções excelentes e impactantes, como a Trilogia da Vingança, de Chan-wook Park, por exemplo.

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