Confira as indicações mais marcantes de brasileiros ao Oscar

92ª edição da premiação acontecerá neste domingo (09) e tem o documentário Democracia em Vertigem, da brasileira Petra Costa, entre os indicados na categoria

Amanhã (domingo, 09), todos os cinéfilos estarão de plantão: a premiação mais renomada do cinema mundial estará condecorando os principais filmes de 2019. O Oscar 2020 traz, entre os seus indicados, uma variedade considerável de gêneros, produções e atuações de tirar o chapéu. 

A edição deste ano tem um motivo a mais para atrair a atenção dos brasileiros amantes de cinema: temos uma produção nacional na disputa! O documentário Democracia em Vertigem, da diretora Petra Costa, está concorrendo na categoria e tem boas chances de, finalmente, faturar a inédita estatueta para o Brasil.

Mesmo nunca tendo obras premiadas, o Brasil já marcou presença na cerimônia com menções relevantes em variadas categorias. Confira abaixo algumas das mais marcantes. 

FERNANDA MONTENEGRO (MELHOR ATRIZ – 1999)

Impossível não começar sem citar a rainha da dramaturgia nacional. Fernanda Montenegro esbanjou todo o seu talento no excelente Central do Brasil, de Walter Sales. Vivendo a personagem Dora, Fernanda encantou inúmeros espectadores por todo o mundo, recebendo indicações e vencendo festivais internacionais importantes.

Pelo papel, a atriz ganhou Urso de Prata, do Festival de Berlim, e o prêmio da National Board of Review – ambos na categoria de Melhor Atriz – e ainda foi indicada ao Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme Dramático. 

Todo esse reconhecimento fez com que ela chegasse muito bem cotada para o Oscar de 1999, o que inexplicavelmente não ocorreu. Fernanda foi superada pela fraca atuação de Gwyneth Paltrow, no mediano Sheakspeare Apaixonado, para a nossa tristeza e revolta. Fernanda foi a primeira latino-americana e a única brasileira já indicada a Melhor Atriz. 

CENTRAL DO BRASIL (MELHOR FILME ESTRANGEIRO – 1999)

Assim como Fernanda, Central do Brasil também foi bastante elogiado mundo afora, Vencendo festivais e contando uma história que unia força e sensibilidade, cavando para sempre um espaço na galeria de melhores filmes brasileiros de todos os tempos.

Dirigido por Walter Salles, a obra foi condecorada com o BAFTA, o National Board of Review e o Globo de Ouro – todos como Melhor Filme Estrangeiro. Além deles, Central do Brasil levou o Urso de Ouro de Melhor Filme. Porém, não teve a mesma sorte no Oscar, onde perdeu a estatueta para o italiano A Vida é Bela, de Roberto Benigni.

Vale ressaltar que Salles também dirigiu Diários de Motocicleta, de 2005, que concorreu em duas categorias.

CIDADE DE DEUS (MELHOR DIREÇÃO, MELHOR ROTEIRO ADAPTADO, MELHOR EDIÇÃO E MELHOR FOTOGRAFIA – 2004)

Um dos mais conhecidos e valorizados filmes brasileiros, Cidade de Deus ficou marcado por retratar a realidade pesada de uma grande parcela da população tupiniquim. Com personagens frequentemente lembrados, o filme dirigido por Fernando Meirelles foi lançado em 2002. 

Curiosamente, a produção não participou do Oscar seguinte por não ter circulado internacionalmente no período. Após estrear no circuito mundial, Cidade de Deus recebeu 4 indicações da Academia, sendo indicado a Melhor Direção (Fernando Meirelles), Melhor Roteiro Adaptado (Bráulio Mantovani), Melhor Edição (Daniel Rezende) e Melhor Fotografia (César Charlone). 

O MENINO E O MUNDO (MELHOR ANIMAÇÃO – 2016)

A categoria de Melhor Animação costuma render indicações ao Brasil. Com O Menino e o Mundo, não foi diferente. Lançado em 2013, o filme seguiu um caminho semelhante a Cidade de Deus, não sendo indicado no ano do seu lançamento oficial. Ele só participou do Oscar de 2016, quando concorreu e perdeu para o ótimo Divertida Mente, da Pixar.

Dirigido por Alê Abreu, O Menino e o Mundo conquistou o Prêmio Cristal de Melhor Longa-metragem no Festival de Cinema de Animação de Annecy, na França. A obra também venceu o Prêmio do Público no festival. Além dessas conquistas, o filme levou o Grande Prêmio do Festival de Cinema de Animação de Lisboa e foi indicado em três categorias na Annie Awards. 

CARLOS SALDANHA (MELHOR ANIMAÇÃO – 2003 E 2018, MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO – 2004)

O brasileiro Carlos Saldanha é um respeitado diretor de animações, que coleciona indicações ao Oscar. A sua primeira foi pelo divertido A Era do Gelo, em 2003, onde assinou como co-diretor ao lado do americano Chris Wedge. 

Após A Era do Gelo, Saldanha esteve entre os indicados na categoria de Melhor Curta de Animação com A Aventura Perdida de Scrat, em 2004. Recentemente, no ano de 2018, o diretor, mais uma vez, marcou presença na cerimônia, dessa vez dirigindo O Touro Ferdinando. Ele ainda foi diretor de Rio, animação que esteve no Oscar de 2012.

OUTRAS INDICAÇÕES

Não podemos deixar de lembrar de outras importantes indicações brasileiras ao Oscar. Entre elas, citamos o curioso caso do longa Orfeu Negro, que venceu a categoria de Melhor Filme Estrangeiro, em 1960. Embora tenha vencido, a película representou a França na cerimônia e não o Brasil, uma vez que era uma produção ítalo-franco-brasileira. 

Outro indicação relevante foi a do filme O Beijo da Mulher Aranha (1986), de Hector Babenco, que recebeu quatro indicações, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor. Ressaltando que Babendo é argentino de nascimento e se naturalizou brasileiro. Recordamos ainda a música “Real in Rio”, que rendeu a Sérgio Mendes e Carlinhos Brown uma indicação a Melhor Canção Original, em 2013.

O Pagador de Promessas (1963) e O Que é Isso, Companheiro? (1998) também já concorreram a Melhor Filme Estrangeiro. 

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