Festival de Cultura Popular celebra 15 anos do Baque Alagoano e retomada do Maracatu desde o Quebra

Evento também contará com homenagens à Mãe Vera, que faleceu nesta madrugada em Maceió

Na 3ª Edição da Praça dos Folguedos, o Festival de Cultura Popular comemora os 15 anos do Baque Alagoano, representando também o retorno do Maracatu em Alagoas desde as perseguições e violência contra os povos de terreiros, em 1912, com a destruição de barracões, denominando na história o episódio conhecido como o Quebra do Xangô. A festa da retomada acontece neste sábado, a partir das 16h, na Praça Marcílio Dias, em Jaraguá.  Diante do falecimento da Mãe Vera, o evento também deverá fazer uma série de homenagens à Iyalorixá.

Além do Baque Alagoano, que encerra a festividade, a programação conta com apresentações do Adoxé Odô Iyá, o Coletivo Maracatod@s, o coco, Coração de Mainha, e os convidados pernambucano Nação do Maracatu Cambinda Estrela e o Grupo Bongar. Na agenda, também está inclusa a exibição do documentário sobre a Retomada do Maracatu em Alagoas.

O coordenador Artístico Cultural do Baque, Kiko/ Cavalcanti, reforça o convite, trazendo à tona a importância do evento como uma honraria à ancestralidade: “O maracatu é da rua, é do povo e dá para sentir essa energia a cada cortejo e apresentação que fazemos. Isso nos revigora, pois são 15 anos de lutas, de festas e de muita resistência em prol da cultura popular em nosso estado. Também de respeito por toda nossa ancestralidade, por aqueles que vieram antes de nós e que abriram os caminhos para que hoje o maracatu pudesse estar não só aqui, mas disseminado pelo mundo.”

Hoje o Baque Alagoano é composto por quase 100 integrantes dos seis aos 65 anos, que se dividem em cinco alas de acordo com os instrumentos: os xequerês ou agbês; agogôs; gonguê; caixas de guerra; e as alfaias ou tambores do maracatu.

A batuqueira e assessora de imprensa do Baque acrescenta como o evento pretende visibilizar ainda mais as manifestações de matriz africana em um movimento de resistência. “Mais do que os 15 anos do Maracatu Baque Alagoano e a 3ª edição da Praça dos Folguedos, o Festival da Cultura Popular é um momento para valorizar e trazer à praça pública diversas manifestações e brinquedos ligados à cultura africana que tanto se tentou apagar no Brasil, em especial aquelas manifestações mais ligadas às religiões de matriz africana.”

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