Não há contexto que justifique o desrespeito às mulheres. No último final de semana, o professor e cirurgião, Luiz Carlos Buarque de Gusmão usou a foto de uma mulher nua para ilustrar um slide sobre cuidados para uma boa cicatrização durante a aula do curso de Emergências Clínico-Cirúrgicas em Maceió.
A imagem totalmente ofensiva e fora de contexto chocou a comunidade acadêmica, que começou a denunciar o conteúdo nas redes sociais. Segundo relatos de alunos e profissionais da área, esse tipo de comportamento ocorre com frequência e já foi denunciado em diversas oportunidades, porém sem consequências para o cirurgião.
“Até quando vamos aguentar esse desrespeito com nós, mulheres? Qual a posição dos organizadores do curso? Qual a posição dos locais, onde esse senhor é servidor público, em relação a isso?”, disse uma das médicas alagoanas que denunciou o caso.
Outro profissional condenou o fato e cobra que esse tipo de postura seja coibido. “A postura se repete ano a ano, na mesma aula, com o mesmo profissional. Se não fizerem uma autocrítica e uma modificação profunda na postura do curso, continuam coniventes com o erro”, escreveu e complementou:
“Não adianta nota de desculpas. Precisamos de uma reparação desse curso que recorre com a postura machista e conivente com o machismo e a opressão.”
A Mídia Caeté entrou em contato, por meio das respectivas assessorias de comunicação, com a Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e com o Conselho Regional de Medicina de Alagoas (CREMAL). A UFAL informou que não vai se manifestar, já o CREMAL informou que “recebeu denúncia sobre o caso e que deverá instaurar uma sindicância para apurar o ocorrido”.
Em nota, a organização do curso se manifestou. Segue na íntegra.
A organização do XXXVII Curso de Emergências Clínico-Cirúrgicas vem a público manifestar nosso mais sincero pedido de desculpas a todos os participantes pela infelicidade da veiculação de imagens inapropriadas durante uma de nossas aulas no último sábado. Somos comprometidos em buscar os mais experientes profissionais para ministrar as aulas de nosso curso, visando o melhor para a formação dos médicos alagoanos. Estamos comprometidos em não repetir o ocorrido e externamos, também, nosso pedido de desculpa a toda a comunidade.
Buscamos o contato com o médico Luíz Carlos Buarque de Gusmão, mas não houve êxito até a publicação desta reportagem.