A coordenadora do Movimento do Trabalhadores Sem Teto (MTST), Eliane Silva, denunciou mais uma invasão de uma guarnição da Polícia Militar dentro da ocupação Tereza de Benguela, território localizado no Village Campestre II, na Cidade Universitária. O ataque aconteceu no meio da noite da última quarta-feira, 04 de outubro, amedrontando dezenas de famílias ocupadas. Encapuzados e sem apresentar qualquer mandado, os militares foram diretamente para a casa de Eliane.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, Eliane conta tudo o que aconteceu. “Nesta noite, eu acabo de sair da ocupação. Em questão de cinco minutos, a polícia entra aqui encapuzada, armada, invade o meu barraco aqui. Está aqui a porta do meu barraco” mostra, indicando o lugar todo aberto. “Vamos denunciar em tudo o que é conselho, tudo o que é instância. Está aqui as famílias. Todas já vivem amedrontadas e a polícia está invadindo direto aqui. Quando não invade esta ocupação, invade a ocupação da Luciene, ou a ocupação da Vera”, conta.
Ainda segundo a coordenadora do Movimento, não é difícil identificar os autores. “Não é a primeira vez e é a mesma guarnição. Toda semana em que estão de plantão na região, vem aqui. Quem manda aqui é a policia. Está vendo, governador? A sua policia diz que é quem manda na ocupação do MTST”.
Diante de mais esta ofensiva, a cobrança por uma posição se estende por diversos órgãos do Estado, e Eliane questiona onde está a atuação da segurança pública para responsabilizar quem de fato comete crimes.
“Chega, governador Paulo Dantas. Não é aqui que o senhor vai encontrar os bandidos. O senhor sabe onde estão. Não é na favela, e nem na periferia. Não é no meio desse povo que a malandragem está. Certo, secretário do senhor Paulo Dantas? Cadê o assassino da Monica? Já prendeu o assassino da copeira Monica? Já prendeu os assassinos das mulheres que foram vitimas de violência nesse estado? Delegado Xavier, governador Paulo Dantas, Secretário de Segurança Pública, Secretária Maria de Direitos Humanos, a gente quer resposta e responsabilidade sobre este caso de hoje. Esta invasão da PM que usou bala-clava. Pegou um moleque não sei de onde, na rua, e inventou que ele disse isso ou aquilo. Cadê o mandato judicial, delegado, para entrar no meu barraco, aqui na ocupação Tereza de Benguela, fora do horário? Quero reposta do comandante geral da PM, do Comando da Capital. Eu quero resposta”.
A Mídia Caeté procurou a Secretaria de Segurança Pública (SSP). Até o momento, não houve respostas.
