Com salários atrasados há mais de dois meses, e pelo menos duas férias vencidas, trabalhadoras e trabalhadores do Hospital Sanatório se mobilizaram em um ato de paralisação e posterior deflagração de uma greve que começou nesta sexta-feira, 4 de fevereiro.
O problema de pagamento por parte do Hospital Santório aos funcionários não é recente. A falta de remuneração que os funcionários enfrentam desde novembro de 2021 já se repetiu em outras ocasiões. Em abril do ano passado, por exemplo, outro protesto já havia acontecido em razão da ausência de pagamento de salários atrasados.
São várias as justificativas dadas aos funcionários para o atraso. Diversas as expectativas também: seja de repasses públicos, pela gestão muncipal, por emendas parlamentares, ou pela Braskem. Em razão disso, durante o ato, os funcionários não reivindicavam o salário apenas à direção do hospital, responsável por remunerar os trabalhadores. Os cartazes também eram direcionados à Braskem, Secretaria Municipal de Saúde, além de diversos outros órgãos que a direção alega precisar dos repasses. (Não ficou repetitivo?)
De acordo com informações de trabalhadores, a direção do hospital anunciou às entidades sindicais a intenção de pagar o restante de um valor referente ao mês de novembro, de até R$ 2460. Entretanto, diante do desfalque financeiro de todos esses meses, os trabalhadores exigem o pagamento do montante atrasado: pelo menos, dois meses de salários atrasados e as férias.
A direção alegou ainda, segundo informações de funcionários, que os salários atrasados até janeiro só poderão ser pagos após liberação de “duas emendas parlamentares”, e que ainda assim atingirá 70% dos trabalhadores – ou seja, mais 30% ainda ficarão de fora.
“ Só que eles estão dando prioridade aos salários, e dizem que estão em uma fase final de negociação com a Braskem para receber o valor. Foi confirmada que hoje vão fechar novembro, mas já avisaram que alguns funcionários ainda ficarão de fora. O sindicato anunciou que a greve deve permanecer até que todos os pagamentos sejam feitos”, relatou um trabalhador.
O presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Estado de Alagoas (Sateal), Mario Jorge Filho, afirma que diversas situações demonstram a dependência do Hospital com recursos públicos. “Com o problema do bairro do Pinheiro, a produção do hospital Sanatório caiu assustadoramente e as emendas parlamentares , recurso extra produção, estão retidas na Secretaria Municipal de saúde. O hospital deve salário de Novembro 2021 até Janeiro 2022, o terço de férias que há mais de dois anos que não pagam, isso sem contar com os encargos sociais”, relata. “Com as emendas parlamentares, o hospital espera colocar os salários em dia e, com a conclusão das negociações com a Braskem, espera zerar o que deve aos trabalhadores com relação às férias e processos trabalhistas, além da realocação do hospital”, afirma.
A Mídia Caeté tentou contato com a direção do Hospital, mas até o momento não obteve êxito.