Fotos: Orlando Costa.
Aprendizado, interação e inovação. Com esses temas em vista, a 1ª edição do Fórum de Inovação no Jornalismo Alagoano (FIJA) reuniu estudantes, profissionais e iniciativas independentes no último sábado (26), no Sebrae Alagoas, em Maceió. Através de mesas, painéis e workshops – o evento foi o pioneiro nesse formato no estado e proporcionou importantes discussões e apresentou novas perspectivas para o setor no estado.
Lucas Thaynan, diretor de Visualização da Agência Tatu, comandou o workshop ‘Construindo visualizações incríveis para suas reportagens’ e crê que o momentos como o FIJA só enriquecem o jornalismo em Alagoas.
“O evento foi muito bacana, o primeiro que organizamos. Alagoas carecia desse tipo de iniciativa para trazer mais inovação para dentro do jornalismo, trazendo um novo olhar, modelos de negócios e novos meios de trabalhar. O jornalismo local só tem a ganhar com isso. Esse foi o objetivo do FIJA. Espero que tenham outras edições. Conseguimos esgotar os ingressos que colocamos à disposição. Conseguimos também trazer grandes nomes para participar que puderam contar mais sobre seus projetos e inspirar as pessoas”, afirma.
O Fórum foi uma iniciativa da Agência Tatu e Olhos Jornalismo, com patrocínio do Sebrae Alagoas, que apoia a viabilização de eventos que tenham a inovação como foco, valorizando o empreendedorismo e a geração de negócios inovadores. Para a coordenadora de projetos na Associação de Jornalismo Digital (Ajor) e editora do Olhos Jornalismo, Géssika Costa, o FIJA evidenciou a relevância da mídia independente alagoana.
“Acredito que o FIJA ajudou a amplificar a importância da mídia independente e da mídia digital em Alagoas de um modo geral. Eventos como esse são fundamentais para criar uma cultura de colaboração entre os estudantes e as pessoas que buscam empreender na área de comunicação e muitas vezes têm medo. Tais momentos servem de inspiração, já que mostram que é possível sim fazer o jornalismo que você acredita. Você pode montar a sua iniciativa e ter sucesso, alcançando a sustentabilidade financeira”, comenta.
Além das iniciativas citadas acima, o evento contou ainda com a colaboração da Mercatus Jornal, Revista Alagoana, Mídia Caeté e Eufemea. Segundo a fundadora e integrante da Mídia Caeté, Wanessa Oliveira, o evento permitiu uma maior conexão entre acadêmicos e jornalistas, ampliando a visão sobre a profissão e sobre inovação.
“Tivemos um grande encontro de estudantes e jornalistas que estão querendo novos formatos e novos espaços de conexão do jornalismo com a comunidade, tanto a partir de uma inovação tecnológica como também uma nova forma de enxergar a comunicação desses novos tempos. Dessa maneira, é possível se articular de uma maneira muito mais coletiva”, relata Wanessa.
Já o cocriador da Revista Alagoana, Bertrand Morais, afirma que o momento apresentou importantes insights para os presentes.
“A importância do FIJA foi trazer um evento externo dos muros acadêmicos, mas com a proposta de proporcionar insights para estudantes e profissionais da área de comunicação em Alagoas, possibilitando o desenvolvimento de projetos e mídias de jornalismo independentes, além de compartilhar ideias e fazer networking. Foi um momento muito oportuno e de muito aprendizado”.
Maria Luiza Brito é estudante de Jornalismo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e também esteve presente. Para ela, o espaço deu a oportunidade conhecer mais a fundo a profissão.
“É muito interessante ter essa oportunidade, como estudante de jornalismo, de poder enxergar outras perspectivas de jornalismo independente. Ter palestras com profissionais que mostram como fazer um jornalismo ético. Pegar todas essas dicas é muito importante, principalmente pelas dificuldades que temos no Ensino Superior, que interferem no nosso dia a dia”, diz a graduanda.
JORNALISMO INDEPENDENTE E SUSTENTABILIDADE
Um dos principais temas debatidos ao longo do fórum foi a sustentabilidade de iniciativas independentes. De acordo com o colunista do portal UOL e um dos painelistas do FIJA, Carlos Madeiro, além da busca por um jornalismo de qualidade, é preciso estar atento também à rentabilidade dos projetos.
“Foi muito legal estar presente, pois foi uma chance de reunir profissionais e estudantes para realizar um networking que precisa ser feito. Todos nós temos a ideia de fazer um bom jornalismo, gostamos de contar e escutar histórias, mas precisamos ver como se paga a conta também. Surgiram aproximações e conceitos que precisam ser mais trabalhados para gerar rentabilidade sem o vínculo com o financiamento público, usando mais projetos sociais. O jornalismo alagoano faz isso muito bem. Agora, é mantê-lo vivo e sustentável”, frisa Madeiro.
Sérgio Miguel Buarque, cofundador e coordenador executivo da Marco Zero Conteúdo, também foi um dos palestrantes e ressaltou a força do jornalismo independente alagoano, sobretudo no que diz respeito à pluralidade de pessoas e de maneiras de manter as atividades.
Finalizando o evento, a jornalista e analista de dados do Google Trends, Gabriela Caesar, falou mais sobre ferramentas e plataformas e como elas podem contribuir para o jornalismo como um todo. De acordo com Gabriela, o FIJA trouxe à tona o assunto, aproximando os participantes das tendências e da tecnologia, focando inclusive em modelos de negócio inovadores.
“É fundamental que o nordeste tenha mais eventos assim. É uma honra participar e, ao mesmo tempo, aprender e conhecer profissionais bastante capacitados. Tivemos oficinas para entender sobre jornalismo de dados, tivemos discussões muito interessantes sobre modelos de negócio e novos veículos. É muito relevante ter espaços de debate para a comunidade jornalística se organizar e fazer um trabalho ainda melhor”.