Vai ter filme e debate no meio da praça. Impulsionando a discussão sobre as negligências em relação às questões ambientais e condições de esgotamento na região da zona sul de Maceió, o Cineclube Octávio Brandão exibe, às 19h desta sexta-feira, 23 de outubro, o documentário Saneamento Trágico. A atividade acontece na Praça São Francisco, situada na Vila Brejal, é gratuita e aberta à comunidade, e também contará com outros curtas e animações para crianças com temática cultural e de educação ambiental.
Um dos curadores da mostra Octávio Brandão de cinema ambiental e do Cineclube Octávio Brandão, Alonso Netto, fala sobre a escolha do documentário. “O filme é uma pérola. Como cineclubista, uma de nossas missões é fazer com que essas películas sejam exibidas. Conheci o Zazo em 2018. Já tinha ouvido falar no grafite, no hip hop, e também que é jornalista”, relata. “Saneamento trágico, olha o nome. Ele descreve como é grande negligência com a Brejal, Levada, faz um grande histórico de como foi e tem sido importante o mercado na questão da mobildiade e do comércio local”, conta.
A proposta, segundo Netto, tem sido impulsionar o debate sobre o meio ambiente a partir da realidade local, inclusive no período atual. “Buscamos falar sobre o meio ambiente, mas também sobre assentamento, educação ambiental, como tem sido desvalorizado o sururu das marisqueiras e dos pescadores. Também há o debate sobre as formas como são colocadas as políticas públicas antes na pandemia, e na pandemia. Também questionamos em foruns a importância do auxílio-defeso. E aí surgiu a pesquisa de quem é Octávio Brandão que é alagoano”.
Netto aponta a importância de Octávio Brandão na inspiração para o projeto. “Quando soubemos que ele passou próximo de onde estávamos, e fez uma trilha registrando tudo isso, decidimos batizar o cineclube. Também decidimos que o local de atuação seria essa região da APA de Santa Rita, que compreende Maceió, Coqueiro Seco, Santa Luzia do Norte e Marechal Deodoro, junto a pessoas que têm se sentido angustiada como nós por essa negligência”, explica.
A crise sanitária atravessada pelo país vem sendo colocada no centro dos debates em meio ao Coronavírus, e trazer o filme e a conversa para a comunidade vem se configurando também como uma forma de dialogar sobre a temática a partir da realidade dos que vivenciam a negação de direitos.
“É provado já por estudos internacionais que o vírus pode ser transportado pela água e ficar incubado por dias em lugares úmidos. Há ainda a negligência com o povo em relação à maneiras de profilaxia sobre a Covid Mesmo. Como exigir que usem máscaras e passe gel, uma vez que ou o povo faz isso ou compra o pão, ovo e alimentação básica. E há uma grande dívida desses governantes para com aquele povo. Saneamento é saúde. Estamos em uma pandemia justamente com problemas enormes na área da saúde localmente e globais”, reforça.
O evento acontece em espaço aberto e os organizadores também orientam sobre o uso de máscara e adoção de medidas de prevenção.
