O cenário de recrudescimento da violência policial em Alagoas tem gerado debates na sociedade civil e nas universidades. A própria Mídia Caeté mostrou, em reportagem especial, o aumento de quase 245% nas mortes após intervenção da polícia no estado entre os anos de 2012 e 2019.
Para enfrentar essa realidade, uma iniciativa do Laboratório Interdisciplinar de Inovação em Organizações e Políticas Públicas (Labipol) pretende conscientizar a sociedade sobre situações de abuso e os direitos assegurados em lei. A campanha intitulada “Basta de violência policial” quer visitar as escolas públicas estaduais e municipais para discutir o que está permitido na legislação em uma abordagem policial, situações de excesso e quais mecanismos para lidar ou denunciar o ocorrido.
“A ideia surgiu da necessidade de tratar um tema (a violência policial) tão sensível e complexo de uma forma mais simples e atrativa, com uma linguagem que despertasse o interesse dos jovens, público mais suscetível a sofrer esse tipo de violência”, explica o coordenador da campanha, José Luiz Pedrosa.
A iniciativa foi lançada oficialmente no fim de maio durante a Semana de Extensão do Centro Universitário Tiradentes (UNIT). Um questionário sobre as práticas de abordagem policial e direitos dos cidadãos já está disponível na internet. Nele, cada resposta selecionada leva a um caminho diferente, proporcionando um conhecimento e experiência interativos.
O questionário expõe aos participantes o contexto em que uma abordagem policial pode ser realizada, quais os direitos de quem está sendo abordado, o que não pode ser feito pelos agentes e quais órgãos procurar em caso de constrangimento ou violência. Nesse caso, os órgãos escolhidos são as Corregedorias das Polícias Militar (082) 3315-7488) e Civil (3315-4020), a Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial (82 2122-5232) e a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB-AL).
Como levar para a escola
Para levar a campanha até a escola em que leciona, os professores ou diretores podem enviar um e-mail demonstrando interesse para “laboratorio.labipol@gmail.com” ou acessar o site do Labipol e enviar a mensagem em uma caixa de texto disponibilizada pela equipe.
Devido ao contexto de pandemia, os encontros serão realizados de forma online nesse momento. A ideia é mobilizar e trabalhar com jovens a partir de 15 anos de idade.