Alagoas: cinco mortes, interdições, emergência em municípios e mais de 56 mil pessoas desalojadas ou desabrigadas

Levantamento mostra gravidade da situação em todo o estado
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Cinco pessoas morreram em Alagoas em meio ao aumento de volume das chuvas que afeta todo o Estado. Foram confirmadas pela Defesa Civil mais três mortes ocorridas em Matriz do Camaragibe, Palmeira dos Índios e União dos Palmares, além dos óbitos no município de Coruripe e São Miguel dos Campos. Dados atualizados da Defesa Civil do Estado confirmam que há mais de 56 mil pessoas sem casa neste momento, com 47.651 desalojadas e 8.830 desabrigadas, número que pode ser ainda maior uma vez que nem todas as cidades tiveram levantamento concluído da situação. Os municípios com números mais expressivos de desalojados ou desabrigados, segundo o boletim, são Rio Largo (7 mil), Maceió (6020), e Coruruipe (3936).

De acordo com informações da Associação de Municípios de Alagoas  (AMA), 51 municípios seguem em situação de emergência. O dado foi confirmado após a confirmação nas cidades de Atalaia, Branquinha, Cacimbinhas, Cajueiro, Capela, Limoeiro de Anadia, Pão de Açúcar, Murici, Paulo Jacinto, São José da Laje, São Miguel dos Milagres, Santana do Mundaú, Satuba, Taquarana, União dos Palmares e Viçosa. Antes delas, já havia sido decretado estado de emergência as cidades de Barra de São Miguel, Barra de Santo Antônio, Belém, Coité do Noia, Coqueiro Seco, Craíbas, Coruripe, Feliz Deserto, Girau do Ponciano, Jacuípe, Jequiá da Praia, Jundiá, Igreja Nova, Maceió, Maragogi, Marechal Deodoro, Major Izidoro, Matriz de Camaragibe, Palmeira dos Índios, Paripueira, Piaçabuçu, Pilar, Penedo, Porto Calvo, Porto Real do Colégio, Quebrangulo, Rio Largo, Roteiro, Santa Luzia do Norte, São Brás, São Miguel dos Campos, São Luís do Quitunde, Tanque D’Arca, Traipu e Teotônio Vilela.

Há levantamento de que pelo menos 16 cidades tiveram acesso a energia elétrica interrompido. A Equatorial emitiu nota informando ter aumentado o efetivo para solucionar os problemas e manter o monitoramento junto à Defesa Civil. A lista de municípios registrada pela AMA contém: Capela, Atalaia, Branquinha, Cajueiro, Coruripe, Jacuipe, Major Izidoro, Murici, Palmeira dos Índios, Rio Largo, São José da Lage, Santana do Ipanema, Santana do Mundaú, Satuba, União dos Palmares e em alguns bairros de Maceió.

A falta de água também vem sendo um problema verificado em 42 municípios alagoanos. Os problemas de fornecimento já foram registrados pela Casal, que constatou aumento e invasão de lama e outros sedimentos nos mananciais, causando danos ao sistema de tratamento de água. A Companhia registrou as seguintes cidades com problemas:

Na Bacia Leiteira, o Sistema Coletivo que atende à localidade foi paralisado, ainda no fim de semana, em virtude da alta turbidez da água do Rio São Francisco, prejudicando 18 cidades. Na mesma região e pelo mesmo motivo, o sistema individual de abastecimento de Belo Monte também foi paralisado.

Recebem água do Sistema Coletivo da Bacia Leiteira as seguintes cidades: Batalha, Cacimbinhas, Carneiros, Dois Riachos, Jacaré dos Homens, Jaramataia, Major Isidoro, Maravilha, Monteirópolis, Olho d’Água das Flores, Olivença, Ouro Branco, Palestina, Pão de Açúcar, Poço das Trincheiras, Santana do Ipanema, São José da Tapera e Senador Rui Palmeira.

Na região Agreste, os dois Sistemas Coletivos também estão paralisados desde o fim de semana devido à alta turbidez da água do Rio São Francisco. Com isso, Arapiraca e outras nove cidades ficam prejudicadas. São elas: São Brás, Girau do Ponciano, Olho D’água Grande, Campo Grande, Feira Grande, Lagoa da Canoa, Coité do Nóia, Craíbas e Igaci.

Na mesma região, Traipu, que tem um sistema individual de abastecimento, também está com o serviço suspenso em virtude da qualidade da água do rio e da grande quantidade de entulho que atingiu o equipamento de captação. Já Igreja Nova está com uma adutora rompida e várias áreas alagadas pelas chuvas, que impedem a manutenção da tubulação.

Na Região Serrana, o serviço de fornecimento de água tratada está paralisado, temporariamente, nas seguintes localidades: Palmeira dos Índios, Capela, Quebrangulo e Maribondo. Nessas cidades, os sistemas foram afetados pelas chuvas, que danificaram equipamentos e causaram o rompimento de adutoras e, também, prejudicaram a qualidade da água bruta nos mananciais.

Na região Leste e Zona da Mata, o abastecimento está comprometido em Ibateguara, Novo Lino e Jundiá, em virtude da qualidade da água bruta, e em Japaratinga, por conta de uma adutora rompida. Na mesma região, estão com o abastecimento de maneira parcial ou em recuperação nesta segunda-feira (4): Jacuípe, Matriz de Camaragibe e Passo de Camaragibe.

Na Região Metropolitana de Maceió, as chuvas atingiram os sistemas produtores de água de: Murici, que está sem abastecimento em razão da qualidade da água e de danos aos equipamentos e estações da Companhia; Messias, onde a captação do Osório está comprometida; e Rio Largo, cuja captação que atende aos conjuntos Jarbas Oiticica e Antônio Lins opera com redução de vazão em virtude também da qualidade da água bruta.

Técnicos da Casal seguem monitorando a qualidade da água bruta em todos esses mananciais e, tão logo for possível, o líquido será aduzido, tratado e distribuído novamente à população.

Enquanto isso, a Casal solicita encarecidamente que os moradores economizem água. Em caso de dúvidas, eles devem ligar para o Call Center 0800 082 0195.

 

Estado de alerta se mantém, mesmo com redução no volume das chuvas

Com o grande volume das chuvas, causou grande alerta o transbordamento dos rios Mundaú e Paraíba, ao alcançarem até dois metros de altura. O escoamento para o complexo lagunar Mundaú-Manguaba afetou grande parte da região de Marechal Deodoro e de Maceió, nos bairros do Vergel, Joaquim Leão, e Trapiche. A comunidade que vive às margens – e que ainda não recebeu os apartamentos – foi alocada em uma creche municipal. Muitos móveis e pertences foram perdidos. Já em decorrência da obstrução de galerias, em várias ruas nos bairros do Vergel e da Levada, o deslocamento só é possível com uso de canoas .

Segundo previsões efetuadas pela Semarh, a expectativa é de que haja redução nos níveis dos rios. No entanto, a previsão é de que as chuvas continuem com intensidade durante o mês de julho.

 

Rodovias interditadas por alagamento e deslizamento de barreiras

Segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar, pelo menos 20 trechos de rodovias foram afetados diante das chuvas. Entre as ocorrências, houve deslizamento de barreiras provocando interdições na AL-105 no sentido Maceió-São Luiz do Quitunde; outro deslizamento tornando intransitável A AL 101-Norte, em um trecho situado em Japaratinga. Houve ainda deslizamento na AL 105, zona rural de Maceió, obstruindo faixa da via próximo a Usina Cachoeira do Meirim. Um outro deslizamento foi verificado às margens da Rodovia AL 465, na Zona Rural de Porto Calvo, mas após retirada de terra, o fluxo foi normalizado.

Em Arapiraca, a estrutura da ponte na AL 485 cedeu, e o trecho interditado para reparos, mas com desvio. AL 485, na zona rural do município de Arapiraca, nas imediações da Cerâmica Arapiraca (sentido direcional Arapiraca/Feira Grande);

Entre as obstruções ocorridas por alagamentos, foram identificadas ocorrências na Rodovia AL 105, região central de Matriz de Camaragibe; na Rodovia AL 210, município de Rio Largo; na BR 316, município de Satuba no trevo de acesso a Santa Luzia do Norte; na 404, zona rural de Satuba, nas imediações da Usina Utinga;  e na Rodovia AL 210. em um trecho na zona rural do município de Atalaia, onde o nível rio que corta a cidade elevou e as águas invadiram a rodovia.

Com a descida do nível das águas, o fluxo foi normalizado na AL 115, zona rural de Lagoa da Canoa, nas proximidades do Povoado Riacho Fundo, na direção Lagoa da Canoa/Girau do Ponciano. Ainda segundo os órgãos, duas vias foram liberadas após reparos: a cabeceira da Ponte sobre o Rio Poção, no limite entre os municípios de Arapiraca, Limoeiro de Anadia e Taquarana; e em um trecho da AL 210, em Cajueiro.

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