Em assembleia, docentes da Universidade Federal de Alagoas aprovam greve a partir de 29 de abril

Professores rejeitaram proposta do Governo Federal que só aplicaria reajuste a partir de 2025; técnicos já estão paralisados desde 20 de março
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Após votação em assembleia, UFAL decide entrar em greve. Foto: Tainá Ângelo/Cortesia

Em assembleia realizada nesta quinta-feira, 25 de abril, professores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) aprovaram início da greve a partir a próxima segunda-feira, 29 de abril. A decisão acompanha as aprovações ocorridas nos campi Arapiraca e Sertão, que já tiveram assembleias setoriais nessas terça e quarta-feira e rejeitaram a proposta do Governo Federal, de reajuste zero em 2024.

No cenário das negociações, até o momento, o Governo apresentava o plano de reajuste de 9% em 2025 e de e 3,5% em 2026. Entretanto, a ideia de reajuste zero este ano foi considerada inaceitável pela categoria, tendo em vista a necessidade de repor as perdas salariais acumuladas em 6 anos (desde o governo Temer até o governo Lula); A mesma proposta foi apresentada para os técnicos das universidades, o que desencadeou também na rejeição em Alagoas. Técnicos estão em greve desde 20 de março.

No país, outras universidades federais já decretaram greve, inclusive no Nordeste, como a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

De acordo com informações da Adufal, durante a assembleia no Campus Sertão, os professores decidiram focar a mobilização no pleito do reajuste, deixando para um outro momento questões como a reformulação da carreira recente.

“Cabe a nós nos mobilizarmos para conseguir um reajuste que seja digno do que a gente merece receber, porque essa proposta de reajuste zero é inconcebível, assim como a exclusão dos aposentados de qualquer vantagem salarial neste ano de 2024”, declarou o presidente da Adufal, Jailton Lira, na oportunidade.

Em Arapiraca, a vice-presidente da Adufal, Irailde Correia, também declarou a importância da mobilização, de modo a pressionar o Governo por uma proposta melhor.

“Nós defendemos a greve nesse momento para fortalecer o movimento dos educadores do país e para que a gente consiga fazer uma pressão sob o governo federal, para que ele reveja essa proposta, porque não dá para a gente pensar que nós vamos ter reajuste zero em 2024, considerando o que está posto e as perdas pela inflação”, declarou.

Além dos reajustes, de acordo com a Adufal, as principais pautas dos Servidores Públicos Federais na Campanha Salarial 2024 são: equiparação dos benefícios (auxílios alimentação, saúde e creche) entre os demais poderes (Legislativo e Judiciário); “Revogaço” de todas as medidas que atacam o funcionalismo público, ocorridas durante o governo Bolsonaro; e reestruturação da carreira.

“É importante que estudantes também se mobilizem”

Integrante do Diretório Acadêmico de História (Dahis) da UFAL, a estudante Tainá Ângelo esteve presente junto a outros discentes e declara apoio à mobilização. “Falando pelo Dahis, a gente é totalmente a favor da greve, tanto dos professores decretada agora, como a dos técnicos que também iniciaram essa luta”, relata. “A gente entende que não é uma luta apenas por salário, mas obviamente precisamos estar vigilantes. Os técnicos têm suas demandas prioritárias, os professores têm as suas, e estudantes também, por isso é importante que estudantes também se mobilizem”, argumenta.

Para a militante estudantil, há várias razões que definem a importância da greve. “Primeiro para que a gente dê o recado ao governo atual de que, por mais progressista que se diga ou se considere ser, os movimentos sociais estão precisando lutar muito para serem ouvidos dentro dele. O governo tem ouvido muito e levado em consideração o empresariado desse país no âmbito a educação. Um exemplo são as reformas implementadas pelo governo Temer e impulsionadas por Bolsonaro, que não foram revogadas por este governo, mesmo com movimentos sociais nas ruas pedindo revogação do ensino médio, não teve revogação”, exemplifica.

Docentes, estudantes e técnicos estiveram presentes na assembleia. Foto: Tainá Ângelo.

Nesse sentido, relembra que a greve acontece após várias tentativas de negociação. “É importante para a gente avançar e também para formar pessoas conscientes. Foram várias tentativas e as categorias da educação não foram ouvidas. Por isso é tão importante a greve nesse momento, para a gente conseguir as nossas demandas e para a gente formar novas pessoas, porque a greve também é um aprendizado, o processo de greve, de mobilizações”.

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