Exposição fotográfica expõe o drama dos atingidos pelo afundamento do solo em Maceió

Exposição fotográfica mostra que nos bairros afetados pelo afundamento do solo o prejuízo vai muito além do material
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Com assessoria.

Selecionada pelo edital para exposições temporárias da DITEAL, “O Chão da Nossa Casa” é o título da exposição fotográfica do coletivo Ruptura, que acompanha desde 2020 a tragédia do afundamento do solo em bairros de Maceió. A exposição, que é resultado do trabalho de dez fotógrafos(as), algumas moradoras e ex-moradoras da área afetada pelas rachaduras, compõe uma narrativa visual que mostra o drama dos moradores atingidos pela consequência da mineração de sal-gema em parte de Maceió, e que os prejuízos vão muito além do material.

Destroços de um prédio em um dos bairros de Maceió. | FOTO: Coletivo Ruptura.

São quarenta fotos, algumas formando conjuntos, coloridas e em preto e branco, que oferecem aos seus expectadores uma leitura ampla, e não menos detalhada, dessa problemática avaliada como uma das maiores tragédias socioambientais urbanas do planeta. Além das imagens, a “Chão da Nossa Casa” também traz instalações montadas com peças das moradias destruídas pelas rachaduras, o que completa o conceito apresentado pelo coletivo Ruptura.

Segundo o fotógrafo Jorge Vieira, um dos curadores da mostra, “esta é uma expressiva oportunidade de se entender a extensão desse drama, e de se solidarizar com os atingidos diretos, além de compreender que é uma problemática que diz respeito a todos os moradores de Maceió”.

A exposição será aberta ao público dia 27 de janeiro, às 19h, na galeria do Complexo Cultura Teatro Deodoro, e fica em cartaz até 06 de março próximo.

O PROJETO

O Projeto Ruptura nasceu da inquietação de um grupo de fotógrafos e fotógrafas com a situação dos bairros afetados pelo afundamento do solo, proveniente da exploração de sal-gema pela mineradora Braskem e, especialmente, pelo drama que vive os moradores atingidos por essa tragédia socioambiental.

É uma gente simples, de baixo poder aquisitivo, em sua grande maioria, que é obrigada a deixar suas moradias e suas estruturas de vida por consequência de décadas de atividade mineradora, que hoje se sabe aconteceu sem o devido acompanhamento do poder público.

A pandemia do novo Coronavírus acabou por invisibilizar essa problemática que avança e envolve os bairros do Pinheiro, Bom Parto, Mutange e Bebedouro – com uma população estimada em torno de 40 mil pessoas.

O fotojornalista Itawi Albuquerque é um dos integrantes do coletivo. | FOTO: arquivo pessoal.

O Ruptura traz doze olhares, com abordagens completamente livres, num movimento de oferecer ao observador dessas fotografias a possibilidade de interagir, de alguma forma, com essa conjuntura que nos afeta a todos que queremos um planeta ambientalmente equilibrado e uma sociedade respeitada em seus direitos.

“Sou grato por fazer parte do projeto, pois vivenciei grandes momentos da minha vida no bairro Pinheiro e região. Durante o processo de captura das imagens, pude dividir a mesma tristeza ao lado de membros do grupo que ali, um dia, moraram. Foi triste e revoltante sentir o silêncio, ver a destruição das casas e de toda a comunidade. Fiz meus registros, mas era fácil concluir que nenhuma fotografia ou qualquer outro artifício seria capaz de traduzir tamanha consequência que resultou no caos. Mas, sabia que minha missão de fazer aqueles últimos registros daquele lugar especial iria além da fotografia”, relata um dos integrantes do projeto, o fotojornalista Itawi Albuquerque.

Além da exposição, você pode conferir mais sobre o RUPTURA clicando aqui ou através do perfil no Instagram.

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