Mulheres fecham Julho das Pretas com ato contra impunidade e já anunciam atividades com o Agosto Lilás

Mobilização chama atenção sobre os casos de violência e feminicídio contra as mulheres em Alagoas e Maceió, e reivindica políticas preventivas
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Mulheres realizam ato contra feminicídio, violência e impunidade em Alagoas e Maceió. Foto: Cortesia/ @eusouestefaniesilvapsolal

Dezenas de mulheres organizadas em movimentos sociais e que compõem o Levante Feminista decidiram encerrar o Julho das Pretas com um ato público contra a impunidade que vem marcando os casos de violência contra mulheres e LGBTQIAP+ em todo o estado. A mobilização com o tema “Parem de nos Matar” iniciou já no início da manhã desta sexta-feira, 28 de julho, em um trecho da BR-104, na altura do viaduto da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Integrante do Levante Feminista, a coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto de Alagoas (MTST-Al), Eliane Silva, explica como a atividade vem sendo um estopim para expressar a importância de acentuar a voz das mulheres periféricas e de lembrar também os casos mais recentes de violência brutal e a persistência da impunidade.

Ato reivindica políticas preventivas e de combate à violência. Foto: Cortesia/ @eusouestefaniesilvapsolal

“Organizamos o ato para entender que falar de mulher periférica e falar da dor das mulheres da periferia ultrapassa as barreiras da academia. É passar pelos territórios. Encerramos o Julho da Pretas com esta atividade, com o tema Parem de nos Matar”.

Entre os casos apresentados durante o ato, foi levantado o caso de Marcelle Cristina, yalorixá assassinada em 8 de março, Dia da Mulher, após ter sido ameaçada continuamente pelo ex-marido que não aceitava o fim do relacionamento. “Embora o assassino esteja preso, reivindicamos que ele vá a júri popular e também que seja condenado”, explica Eliane. Marcele foi morta a pedradas no meio da rua do Village Campestre II.

A manifestação também chama atenção para o caso da Mônica Cavalcante, morta em 18 de junho, em São José da Tapera. Apesar de ter sido indiciado pelo crime de feminicídio, Leandro Pinheiro Barros segue foragido. Pouco tempo antes de ser morta em frente ao fórum da cidade, a vítima gravou um vídeo chorando e relatando que se sente ameaçada pelo marido.

O caso mais recente de feminicídio teve como alvo Fabiana Cassimiro, morta a facadas pelo ex-companheiro Jorge Luiz, na frente dos filhos, por não querer reatar o relacionamento.

Coordenadora do MTST e integrante do Levante Feminista, Eliane Silva afirma que mobilização também rememora casos mais recentes de feminicídio. Foto: Cortesia / @eusouestefaniesilvapsolal

“O ato é para questionar essas vidas, e também levantando a questão das mulheres trans, da população LGBTQIAP+. Estamos nas ruas pela vida das mulheres e não vamos nos calar”, declara Eliane. “Reivindicamos puxar a agenda com o governador, com a Secretaria de Segurança Pública, Secretaria da Mulher e Secretaria da Assistência Social”. A reunião ficou agendada pra a próxima segunda-feira, às 9h.

Segundo Eliane, será pontuada a questão da segurança pública, e a agenda já deve se vincular ao Agosto Lilás, com mais ações em Maceió e no estado.

“Queremos também que o Tribunal de Justiça sente com as mulheres para discutir – como Judiciário – o que falta para essas pessoas serem presas e o que acontecerá com os que foram presos. Também queremos procurar a Prefeitura de Maceió. Devemos estar na porta do JHC (PL), para afirmar que é responsabilidade dele também cada sangue derramado e cada corpo que cai nas esquinas, ruas e casas de Maceió. A Prefeitura precisa agir cm uma política preventiva de combate à violência e feminicídio contra as mulheres. Ele precisa dialogar com essas mulheres”, relata.

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