No Dia Internacional da Mulher, Yalorixá é assassinada a pedradas em Maceió; ex-marido é principal suspeito

Marcele Bulhões era mãe de Xangô e uma das lideranças femininas do Axé em Alagoas
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A violência contra a mulher fez mais uma vítima em Alagoas. Em pleno Dia Internacional da Mulher, nas primeiras horas dos dia, a farmacêutica e yalorixá Marcelle Bulhões foi morta a pedradas no Village Campestre II, em Maceió. Ela chegou a ser socorrida e levada para o Hospital Geral do Estado (HGE), porém não resistiu.

Marcelle era farmacêutica e uma das líderes do axé em Alagoas | FOTO: redes sociais.

De acordo com a polícia, a principal linha de investigação é feminicídio e o ex-marido da mãe de santo é o principal suspeito do assassinato. Ele está sendo procurado e é considerado foragido. Ainda segundo os policiais, testemunhas afirmaram que Marcelle discutiu e foi agredida pelo marido durante a madrugada.

Em seu perfil nas redes sociais, a coordenação estadual da União Nacional da Ekedes (Undeke Alagoas) – entidade que trabalha para união e defesa das mulheres das religiões de matriz africana – demonstrou revolta e indignação com o caso.

“Hoje, no decorrer da manhã, o povo do Axé ficou estarrecido com a morte da Yalorixa Marcela . Mais um feminicídio , sua vida foi tirada na véspera do Dia das Mulheres. Nada há que se comemorar no Dia da Mulher, comemorar o quê, a sobrevivência por mais um ano neste Brasil machista? A Coordenação Estadual Undeke Alagoas sente por tudo isso”, diz.

Por meio de nota do Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF/AL) também lamentou o assassinato de Marcelle Bulhões e decretou luto de 3 dias.

“É com muita indignação e tristeza que o Conselho Regional de Farmácia de Alagoas recebeu a notícia da morte da farmacêutica, Marcelle Bulhões, vítima de assassinato, ocorrida na madrugada deste dia 08 de março no bairro do Village Campestre, em Maceió. Manifestamos o nosso pesar e transmitimos nossos sinceros sentimentos à família e amigos e ao mesmo tempo cobramos das autoridades competentes agilidade e rigor na punição dos responsáveis por este crime hediondo. No dia que deveríamos celebrar e apoiar a luta das nossas mulheres pelo direito à dignidade, choramos a perda de mais uma delas de forma covarde, bárbara e inexplicável. O Conselho Regional de Farmácia de Alagoas decretou luto de 3 dias através da portaria 004/2023”.

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