Pacientes relatam falta de medicamentos de uso contínuo na Farmex de Alagoas; Sesau informa que aguarda Ministério da Saúde

Um dos medicamentos mencionados é a Quetiapina de 200mg, indicado para esquizofrenia e para o tratamento de episódios de depressão
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As doenças crônicas, como a própria terminologia sugere, são enfermidades de lento desenvolvimento, longa duração e – em grande parte das vezes –  sem cura. Depressão, hipertensão, diabetes e esquizofrenia são alguns exemplos, doenças que requerem uma atenção especial e precisam ser acompanhadas por um profissional. Para o tratamento adequado, os medicamentos de uso contínuo são essenciais, sendo aliados para controlar essas condições e proporcionar qualidade de vida para os portadores.

Porém, infelizmente, pacientes têm relatado a ausência desses remédios na Farmácia de Medicamentos Excepcionais de Alagoas (Farmex-AL). Um dos medicamentos mencionados é a Quetiapina de 200mg, indicado para esquizofrenia e para o tratamento de episódios de depressão. Ainda segundo os pacientes, servidores relataram que não há previsão de reabastecimento. Eles temem que a falta da medicação piore o quadro de saúde mental daqueles que não podem descontinuar o tratamento e alegam que fármacos dessa especificação são caros e geralmente inacessíveis à população carente.

Pacientes estão preocupados com os prejuízos de interromper o tratamento | FOTO: Banco de imagem.

“Estou há quase duas semanas [sem remédio], mas qualquer atraso na medicação piora a minha saúde, fico com insônia e aumenta a minha ansiedade. Isso pode agravar o meu quadro de depressão. A Quetiapina serve para estabilizar o humor. Por isso, sem ele fico mais irritada e impulsiva”, relatou Christiani Pereira Barbosa.

Outra paciente que alegou o mesmo problema é Maria Nuci Rodrigues, que está há três meses no aguardo do medicamento para seu filho. Tal problema já ocorreu em outras oportunidades.

“É muito prejudicial [ficar sem tratamento], pois meu filho não pode ficar sem a medicação. Fora a questão financeira, pois se trata de remédios caros. Arcaria com os custos, porém com muito sacrifício”, afirmou Maria.

Christiani Pereira Barbosa também alega que teria dificuldades em custear o tratamento sem a distribuição pela Farmex. Ela diz ainda que espera que essa questão seja solucionada em breve.

“Espero que a Farmex volte a distribuir o remédio o mais rápido possível, porque ele custa nas farmácias cerca de 200 reais. Eu sei que saúde é prioridade, mas por esse valor terei dificuldades de comprar a medicação”.

Christiani contou ainda que entrou em contato com a Farmex, que repassou a informação de que não existe previsão para o retorno dos medicamentos.

“Perguntei se chegaria logo ou demoraria, mas informaram que não havia nenhuma previsão. Acho isso, um desrespeito com os pacientes. Há muita falta de planejamento do Governo nesse aspecto. Está acontecendo comigo e acredito que com muitas pessoas que vivem um drama ainda pior do que o meu. O Governo está sendo negligente com a saúde das pessoas, pois deveria ter um controle mais eficiente sobre os estoques dos remédios”, desabafou.

O QUE DIZ A SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

A Mídia Caeté falou com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) que retornou – por meio da assessoria de imprensa. Seguem abaixo os questionamentos e as respectivas respostas na íntegra.

1 – Qual o motivo para esse atraso na distribuição?

A Quetiapina é um medicamento adquirido pelo Ministério da Saúde (MS) e enviado aos Estados para dispensação aos usuários cadastrados nas Farmácias de Medicamentos Excepcionais. Conforme informado pelo MS, o setor de compras do órgão federal está em fase de assinatura do contrato para aquisição do fármaco.

2 – Teria alguma previsão de retorno?

Não foi dado prazo ao Estado, mas, você pode checar acionando a Ascom do Ministério da Saúde (MS), por meio dos telefones: (61) 3315-3580/2745 ou do e-mail: imprensa@saude.gov.br

3 – Essa situação é recorrente na Farmex de Alagoas?

Ocorre quando não há o envio por parte do MS.

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