Sessão Pública reúne representantes da sociedade para discutir uso medicinal da cannabis em Alagoas

A tarde desta sexta-feira (04) contou com a realização de uma sessão pública para discutir o uso medicinal da cannabis em Alagoas.
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Sessão pública na ALE discute uso da cannabis em Alagoas. Foto: Anielly Cavalcante

A tarde desta sexta-feira (04) contou com a realização de uma sessão pública para discutir o uso medicinal da cannabis em Alagoas. No plenário da Assembleia Legislativa, reuniram-se o deputado Ronaldo Medeiros, o ex-deputado Lobão, além de pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), da Marcha da Maconha, dos presidentes do Conselho Regional de Farmácia, do Conselho Regional de Odontologia (CRO-AL) e participantes de diversas associações, como a Afrafibra (Associação de Mulheres com Fibromialgia da cidade de Teotônio Vilela) e da Regenera (Associação Arapiraquense de Pacientes de Cannabis Medicinal).

Uma das participantes da sessão foi Maria Lúcia Barbosa dos Santos, dona de casa que recebeu o diagnóstico de fibromialgia há 30 anos. Enquanto enfrentava os sintomas da doença, resolveu se reunir a um grupo de amigas e formar, há dois anos, a Afrafibra (Associação de Mulheres com Fibromialgia das Mulheres de Teotônio Vilela, que conta atualmente com mais de 50 participantes).

A Sessão Pública está disponível no link: https://www.youtube.com/live/r8hVqMfo8rw?feature=share

“Estamos buscando apoio e reconhecimento. A nossa dor precisa ser conhecida e respeitada. Hoje, estamos aqui para deixar um legado para outras. Estamos buscando apoio. O município nos oferece condições, mas precisamos de mais. Eu acredito que a cannabis é a cura para muitas coisas e para nós, portadores de fibromialgia, é uma esperança”, disse.

No primeiro momento da sessão – iniciada a partir de 14h – foi dada a palavra a representantes da Regenera. O cirurgião-dentista Edyerk Lira compartilhou as experiências positivas de seus pacientes, após fazerem uso medicinal da cannabis. “Eu comecei a receitar a cannabis para meus pacientes depois de notar que ela age em várias patologias diferentes de maneira integrativa. Passei a receitar a planta no ano de 2019 depois de prescrever remédios para um paciente que era farmacêutico e ele mesmo utilizar a canabis por conta própria, quando retornou a meu consultório havia obtido um progresso incrível, a partir daí me debrucei sobre os estudos”, disse ele.

A partir daí, seguiram-se diversos discursos, principalmente da Ufal, sobre as evidências científicas e o uso da cannabis. A professora Adriana Reis, que além de pesquisar sobre a erva faz uso do óleo de canabidiol como parte do tratamento da fibromialgia, declarou: “Contamos com muitas pesquisas atualmente que comprovam que a utilização da cannabis é satisfatória para a melhora de várias patologias, como a ansiedade, por exemplo, que atinge boa parte de nossa população”, disse.

Apesar das falas realizadas trazerem elementos consolidados sobre a importância do acesso à cannabis nos mais diversos casos, não houve espaço suficiente para que membros da população expressassem suas opiniões, das donas de casa de Teotônio Vilela, que vêm se mobilizado pelo uso da cannabis, e não chegaram a ter voz no microfone.

Atualmente, Alagoas conta com a Lei nº 8754 de 08 de novembro de 2022, que preconiza o acesso universal ao tratamento de saúde com produtos de cannabis e seus derivados e o fomento à pesquisa sobre o uso medicinal e industrial da cannabis.

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