Em ato unificado, movimentos sociais e vítimas da Braskem cobram justiça e providências

Mobilização aconteceu nesta manhã, em uma caminhada da Avenida Fernandes Lima até o Centro da capital
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Por Mídia Caeté e Marco Zero Conteúdo*

Utilizando a #BraskemCriminosa, movimentos sociais e vítimas dos bairros diretamente atingidos pela mineração da Braskem realizam um ato público, na manhã desta quarta-feira, 6 de dezembro, cobrando justiça e providências, como o fim dos acordos, e a devida responsabilização da mineradora. A mobilização aconteceu nesta manhã, em uma caminhada da Avenida Fernandes Lima até o Centro da capital.

 

*Esta reportagem foi produzida a partir da Redação NE: uma parceria entre os portais de jornalismo independente Marco Zero Conteúdo, Mídia Caeté e Olhos Jornalismo.

 

Estiveram presentes nos atos moradores das Flexais, Marquês de Abrantes, Pinheiro, Mutange, além de diversos movimentos sociais. Os manifestantes reivindicaram a revisão do acordo feito entre Ministérios Públicos Estadual e Federal com Defensoria Pública da União e a mineradora, considerando que não houve participação da população nas tratativas.

De acordo com o líder comunitário dos Flexais, Antônio Domingos, a mobilização teve como ponto alto a entrega da carta endereçada ao Ministério Público Estadual, no momento em que o movimento passou em frente a um dos prédios do órgão. Entre as reivindicações, como a revisão do acordo e criminalização da ação da Braskem, os moradores também retrataram a condição dos moradores dos Fleixais, da Marquês de Abrantes e das Quebradas, que têm buscado a realocação.

“Pedimos que as autoridades nos olhem melhor. Muitos moradores deixaram as casas por conta própria, e ficou ainda mais deserto. Inclusive indaguei lá em frente ao Ministério Público se os órgãos que fizeram esses acordos, os MPs e Defensoria Pública, assinariam a responsabilidade caso aconteça uma tragédia ali nos Flexais, e o procurador ficou calado. Então quem garante que estamos seguros?”, questiona.

Para o líder comunitário, o ato demonstra como a população não tem concordado com os procedimentos adotados atualmente entre empresa e órgãos. “Agradecemos os movimentos que apoiaram nesse momento. Essa movimentação pacífica, civil, é muito importante, porque enquanto a justiça está fazendo vários acordos, a sociedade civil organizada clama por Justiça. Fui crucial”.

Mestre de cerimônia

Durante todo percurso, vários representantes da sociedade civil e dos moradores se revezaram nos discursos em cima do carro de som que puxava o ato. Conduzindo toda manifestação, fazendo o papel de mestre de cerimônia, estava o pastor Wellington Santos, da Igreja Batista do Pinheiro, que foi interditada na segunda-feira (4). A igreja está localizada em uma das áreas de risco de afundamento do solo e teve a desocupação determinada pela Justiça.

Mas esqueça toda a imagem preconcebida que você tem de um pastor evangélico. Com um microfone na mão e um boné do MST na cabeça, Wellington falou com firmeza e tranquilidade, dando os nomes corretos as coisas. Entre denúncias e palavras de ordem para animar o público, ele exaltou as religiões de matriz africana ao reverenciar Nêgo Bispo, intelectual e referência na luta quilombola, que morreu no domingo (3). Também falou de feminismo, racismo, meio ambiente, defendeu os animais, recitou versos de rock, chamou palavrão (suave), cerrou o punho esquerdo e rezou um emocionado o Pai Nosso.

Como um bom cristão, demonstrou empatia com os mais necessitados e se colocou ao lado dos que lutam por justiça. Só não se prontificou a dar a outra face a tapa. “Eu só perdoou a Braskem quando o Ministério Público a criminalizá-la oficialmente”.

Mestre de cerimônia

Durante todo percurso, vários representantes da sociedade civil e dos moradores se revezaram nos discursos em cima do carro de som que puxava o ato. Conduzindo toda manifestação, fazendo o papel de mestre de cerimônia, estava o pastor Wellington Santos, da Igreja Batista do Pinheiro, que foi interditada na segunda-feira (4). A igreja está localizada em uma das áreas de risco de afundamento do solo e teve a desocupação determinada pela Justiça.

Mas esqueça toda a imagem preconcebida que você tem de um pastor evangélico. Com um microfone na mão e um boné do MST na cabeça, Wellington falou com firmeza e tranquilidade, dando os nomes corretos as coisas. Entre denúncias e palavras de ordem para animar o público, ele exaltou as religiões de matriz africana ao reverenciar Nêgo Bispo, intelectual e referência na luta quilombola, que morreu no domingo (3). Também falou de feminismo, racismo, meio ambiente, defendeu os animais, recitou versos de rock, chamou palavrão (suave), cerrou o punho esquerdo e rezou um emocionado o Pai Nosso.

Como um bom cristão, demonstrou empatia com os mais necessitados e se colocou ao lado dos que lutam por justiça. Só não se prontificou a dar a outra face a tapa. “Eu só perdoou a Braskem quando o Ministério Público a criminalizá-la oficialmente”.

Leia a carta protocolada no MP, na íntegra: Carta Aberta das Vítimas da Braskem 06 DEZ 2023

 

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