FAF promove fake news como ação de marketing

FAF afirmou que taça do Alagoano havia sido levada por encapuzados, confirmou por nota, depois esclareceu o caso
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A taça do Campeonato Alagoano foi roubada por encapuzados. Depois, não tinha sido roubo. Era ação de Marketing da Federação Alagoana de Futebol. Uma fake news das grandes, enviada em forma de nota oficial e confirmada por diretores da instituição a repórteres responsáveis pela apuração. Portais de notícia do estado e do país deram a notícia e foram enganados, o que também leva à disseminação de uma informação falsa para a população. A Mídia Caeté não concorda com a prática e a repudia.

Questionado sobre a ‘ação’, o presidente da Federação Alagoana de Futebol, Felipe Feijó, garantiu que não tinha intenção de enganar as pessoas. Queria chamar atenção para o futebol, que está parado por conta do Coronavírus. Além disso, ele complementou que a nota já dava o tom de brincadeira.

“Nossa intenção foi gerar engajamento na rede social, brincar com a torcida, e esse objetivo deu certo. Foi positivo. Até entendo [a chateação dos jornalistas], mas acho que faltou dar uma pesquisada. Eu, por exemplo, não confirmei a ninguém a informação porque não queria mentir. Também desconheço qualquer confirmação por parte da minha diretoria. Nas entrelinhas, estava lá a brincadeira”, argumentou.

Brincar com um crime, entretanto, sequer deveria ter sido cogitado. Além disso, o portal de notícias Acta divulgou nota afirmando que tinha recebido a confirmação do roubo por um dos diretores da entidade, Júnior Beltrão. “Assim que a postagem foi ao ar, nossa equipe entrou em contato com um dos diretores da FAF, Junior Beltrão, que confirmou o crime e disse que a taça havia sido levada por homens encapuzados”, afirma a nota.

Outro repórter que afirma ter recebido a confirmação da notícia foi Henrique Pereira, da Band Nordeste. No começo, ninguém atendeu às ligações. Depois, um diretor confirmou à produção da emissora que havia roubo. A equipe de reportagem derrubou outra pauta, montou toda a logística para a produção do conteúdo, editou e estava prestes a veiculá-lo quando soube que era tudo uma ‘brincadeira’.

“Estamos em meio a uma pandemia, a um combate ferrenho às fake news. E uma instituição importante acaba fomentando esse desserviço. O público pode até ter achado engraçado, bem bolado, mas jornalisticamente foi um fiasco. Prejudicou a todos que correram atrás da história, e que foram totalmente induzidos ao erro, mesmo com a checagem para uma suposta nota oficial”, disse.

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