Integração e Conhecimento entre mulheres de territórios tradicionais

De uma oficina de formação sobre a utilização da Plataforma de Territórios Tradicionais, articuladoras e lideranças viram a oportunidade de expandir o conhecimento adquirido no evento para outras mulheres de suas comunidades
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De uma oficina de formação sobre a utilização da Plataforma de Territórios Tradicionais, articuladoras e lideranças viram a oportunidade de expandir o conhecimento adquirido no evento para outras mulheres de suas comunidades.

PCTs Reunidos
Formação buscou capacitar mulheres de territórios tradicionais em 10 estados. Foto: Joanna De Ângelis (Semudh)

E foi desta iniciativa que cerca de 60 participantes estiveram presentes, na semana passada, na primeira edição do “Marés de Diálogos”, promovido pela Rede de Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil e Rede de Mulheres Pescadoras da Costa dos Corais. Tendo como cenário o município de Tamandaré, no litoral sul de Pernambuco, entre os dia 11 e 13 de abril, mulheres de territórios tradicionais se uniram na busca pela inserção e visibilidade de suas comunidades na Plataforma.

Para que tal integração acolhesse a formação de maneira diversa, foram reunidas lideranças dos estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Maranhão, São Paulo, Maranhão, Mato Grosso e do Amazonas. Desses estados, estavam seis segmentos denominados Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs): pescadoras e marisqueiras, quilombolas, indígenas, extrativistas mangabeiras, povos de terreiro, ciganas, caiçaras, retireiras do Araguaia e andirobeiras.

Durante os três dias, além de apresentada a Plataforma, as participantes conheceram a funcionalidade do aplicativo “Tô no Mapa”. Foi realizado também um treinamento prático de uso das ferramentas para PCTs e membros do MPF, além do levantamento de exemplos de boas práticas para o fortalecimento nas diferentes comunidades com a inclusão na Plataforma de Territórios Tradicionais.

Diante da diversidade e troca de experiências e conhecimento, Adriana Souza de Lima, uma das coordenadores do evento, destaca o momento de integração. “Consideramos que proporcionar o encontro de mulheres de povos e comunidades tradicionais, por si só, já é um grande intercâmbio intercultural, fora uma maneira de reconhecer como somos diversas. Pra além disso, participar da prática e inserir seu território na Plataforma será mais um avanço”.

Mulher caiçara do litoral sul de São Paulo, Adriana representa – na coordenação do “Marés de Diálogos” – a Rede dos povos e Comunidades Tradicionais do Brasil, por meio do projeto Cabaça Viva. Ela ainda pontua o quanto esta formação fortalece e legitima as lideranças na luta por melhorias. “A partir de suas Redes representativas temos buscado formação, diálogo e incidência política junto a diferentes instituições para construção de políticas públicas, defesa do Território e visibilidade”.

Representante de Alagoas, Ana Paula de Oliveira Santos, pescadora artesanal da Barra de Santo Antônio, é também coordenadora da Rede de Mulheres Pescadoras da Costa dos Corais. Ela foi um das lideranças que buscou parcerias e apoio para a realização do Marés de Diálogos.

Ainda levando o nome de Alagoas como vitrine no evento, foi apresentado o projeto Jovens Protagonistas da Pesca Artesanal da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais (Apacc), aplicado nas localidades do bairro de Ipioca, em Maceió, e nos municípios de Paripueira e Barra de Santo Antônio.

Ana Paula de Oliveira Santos, coordenadora da Rede de Mulheres Pescadoras da Costa dos Corais. Liderança atuante na realização do encontro. Foto: Adriana de Souza Lima

O “Marés de Diálogos” contou com o apoio do Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT), do Ministério Público Federal (MPF), da Agência de Cooperação Alemã no Brasil (Giz), do Centro de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (CEPENE), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Projeto Cabaça Viva, da Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas  e Povos Tradicionais Extrativistas Costeiros e Marinhos (CONFREM) e do Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh).

A plataforma que une territórios

Inserida no contexto do projeto “Territórios Vivos” – e desenvolvido numa parceria com o CNPCT, MPF e Giz Brasil – a Plataforma de Territórios Tradicionais disponibiliza informações sobre as áreas habitadas por PCTs de todo país.

De acordo com o site oficial do MPF, utiliza-se do georreferenciamento como recurso e, com informações reunidas, estabelecem um diagnóstico da ocupação dos grupos dessas localidades e suas necessidades, com o objetivo de orientar a atuação dos órgãos públicos e a definição de políticas a serem atendidas. 

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